Numa produção cinematográfica, a luz, as sombras e até as chuvas, os trovões são feitos rapidamente por técnicos. Mas a luminosidade é fundamental para o azul brilhante do céu de uma determinada cidade. Essa qualidade o planalto central brasileiro tem de sobra, seja nas produções feitas em Goiás ou no Distrito Federal, construído dentro da cedida pelo Governo de Goiás. Este fator parecer ser determinante para a escolha desses locais como cenários de filmes pelos cineastas brasileiros.
Em Céu Aberto, de João Batista Andrade, o cineasta mostra imagens do cortejo fúnebre de Tancredo Neves. A facilidade de produção em Brasília fez Batista voltar à cidade para rodar O Cego Que Gritava Luz. O fator decisivo para o filme ser rodado na Capital Federal foi a agilidade que a cidade, pela localização e expressão para o restante do país, dava ao projeto. ‘‘Brasília é uma cidade preparada para a produção, boa localização, luz boa, bons hotéis, é fácil trazer o elenco pra cá. Se não produz tanto, é porque falta política agressiva de estímulo ao cinema’’, afirma Batista.
Um dos aspectos mais decisivos para a escolha do Planalto Central como cenário de um filme está no grande período de estiagem encontrado nessa região do País. Durante seis meses, praticamente não chove na região. ‘‘Isso permitiu, por exemplo, que eu montasse estúdio a céu aberto como fiz em O Cego Que Gritava Luz e repeti em O Tronco, em Pirenópolis, no Estado de Goiás, mas numa região bem próxima a Brasília. Seria loucura fazer isso em outra região’’, afirma João Batista Andrade. O filme "O tronco" foi rodado justamente nos meses de maio, junho e julho, época sem qualquer perigo de chuva em Goiás. Para ele, a seca do centro do País poderia, inclusive, transformar o Planalto Central numa espécie de Califórnia Brasileira, já que aqui, como na Califórnia americana, o sol brilha em boa parte do ano.
Cidade cenográfica de "O tronco" construída no morro dos Pireneus, há 18 kms de Pirenópolis, em Goiás