sábado, 26 de junho de 2010

Icologia

Seu Ico de 80 anos é uma das personalidades mais interessante da cidade de Pirenópolis. Mora em uma casa simples atrás da Igreja Matriz com seu filho. Profundo conhecedor dos poderes das plantas medicinais, foi também durante 35 anos o sineiro e o zelador da Matriz de Pirenópolis, incendiada em 2002. Com todo esse conhecimento, Ico foi o protagonista do filme Icologia, apresentado no VII FICA Festival Internacional de Cinema Ambiental, relizado na Cidade de Goiás. O filme venceu duas categorias do festival: Melhor fotografia (Gel Messias ) e melhor Filme (Ângelo Lima).

Ficha técnica
Documentário - 26 minutos, 2005
Direção: Angelo Lima,
Edicão: Diogo Diniz Garcia,
Fotografia: Gel Messias,
Produção: Ursula Ramos.

domingo, 20 de junho de 2010

Um dos motivos para a escolha de Goiás: Estiagem


Numa produção cinematográfica, a luz, as sombras e até as chuvas, os trovões são feitos rapidamente por técnicos. Mas a luminosidade é fundamental para o azul brilhante do céu de uma determinada cidade. Essa qualidade o planalto central brasileiro tem de sobra, seja nas produções feitas em Goiás ou no Distrito Federal, construído dentro da cedida pelo Governo de Goiás. Este fator parecer ser determinante para a escolha desses locais como cenários de filmes pelos cineastas brasileiros.

Em Céu Aberto, de João Batista Andrade, o cineasta mostra imagens do cortejo fúnebre de Tancredo Neves. A facilidade de produção em Brasília fez Batista voltar à cidade para rodar O Cego Que Gritava Luz. O fator decisivo para o filme ser rodado na Capital Federal foi a agilidade que a cidade, pela localização e expressão para o restante do país, dava ao projeto. ‘‘Brasília é uma cidade preparada para a produção, boa localização, luz boa, bons hotéis, é fácil trazer o elenco pra cá. Se não produz tanto, é porque falta política agressiva de estímulo ao cinema’’, afirma Batista.

Um dos aspectos mais decisivos para a escolha do Planalto Central como cenário de um filme está no grande período de estiagem encontrado nessa região do País. Durante seis meses, praticamente não chove na região. ‘‘Isso permitiu, por exemplo, que eu montasse estúdio a céu aberto como fiz em O Cego Que Gritava Luz e repeti em O Tronco, em Pirenópolis, no Estado de Goiás, mas numa região bem próxima a Brasília. Seria loucura fazer isso em outra região’’, afirma João Batista Andrade. O filme "O tronco" foi rodado justamente nos meses de maio, junho e julho, época sem qualquer perigo de chuva em Goiás. Para ele, a seca do centro do País poderia, inclusive, transformar o Planalto Central numa espécie de Califórnia Brasileira, já que aqui, como na Califórnia americana, o sol brilha em boa parte do ano.


Cidade cenográfica de "O tronco" construída no morro dos Pireneus, há 18 kms de Pirenópolis, em Goiás


terça-feira, 8 de junho de 2010

Dois filhos de Francisco


Sinopse : 
Francisco Camargo (Ângelo Antônio) é um lavrador do interior de Goiás que tem um sonho aparentemente impossível: transformar dois de seus nove filhos em uma dupla sertaneja. Ele inicialmente deposita sua esperança no mais velho, Mirosmar, e resolve lhe dar um acordeão quando completa 11 anos. Mirosmar e seu irmão Emival, que toca violão, se apresentam com sucesso nas festas da vila onde moram, mas devido a perda da propriedade onde moravam nos anos 70 toda a família é obrigada a se mudar para Goiânia. Mirosmar e Emival começam então a tocar na rodoviária local, na intenção de conseguir algum dinheiro para ajudar em casa. Lá eles conhecem Miranda, empresário de duplas caipiras, que viaja com eles por mais de 4 meses. Os irmãos novamente fazem sucesso e chegam até mesmo a cantar para 6 mil pessoas em um show no interior do país, mas um acidente encerra prematuramente a carreira da dupla. Após quase desistir da carreira artística Mirosmar decide voltar a cantar, agora usando o nome artístico de Zezé di Camargo. Ele grava um disco solo, mas não obtém sucesso. Já casado e com duas filhas pequenas, Zezé tem dificuldades em sustentar a família e o máximo que consegue é que outras duplas cantem composições suas. É quando ele encontra em seu irmão Weston, que passa a usar o nome artístico de Luciano, o parceiro ideal para levar adiante sua carreira musical. 

Nota importante: O interessante neste filme é que a Goiânia da história foi retratada lá mesmo em Pirenópolis. A produção do filme criou na periferia da centenária cidade, em um local escolhido por não haver aspectos históricos na arquitetura, para reproduzir uma casa simples da Capital do Estado. A reprodução engana a quem assiste ao filme, já que a "maquiagem" foi muito bem feita. A rua da casa escolhida, por exemplo, é asfaltada, coisa pouco comum em Pirenópolis, onde a maioria das vias são cobertas por paralelípedo ou pequenas pedras. 

 

 Ficha Técnica:

Gênero: Drama
Duração:
Lançamento (Brasil): 2005
Distribuição: Columbia TriStar do Brasil
Direção: Breno Silveira
Roteiro: Patrícia Andrade e Carolina Kotscho
Produção: Luiz Noronha, Leonardo Monteiro de Barros, Pedro Buarque de Hollanda e Breno Silveira
Co-produção: Conspiração Filmes, ZCL Produções e Columbia TriStar do Brasil
Música: Zezé di Camargo
Fotografia: André Horta
Direção de arte: Kiti Duarte
Figurino: Cláudia Kopke
Edição: Vicente Kubrusly

Elenco

Márcio Kieling (Zezé di Camargo)
Thiago Mendonça (Luciano)
Ângelo Antônio (Seu Francisco Camargo)
Dira Paes (D. Helena Camargo)
Paloma Duarte (Zilú)
Dablio Moreira (Zezé di Camargo - criança)
Wigor Lima (Luciano - criança)
Lima Duarte
Marco Henrique (Emival)
Maria Flor (Solange)
 Natália Lage (Cléo)
Jackson Antunes (Zé do Fole)
Pedro (Leandro)
Thiago (Leonardo)

José Dumont
Zezé Di Camargo
Luciano

Santa Dica, de guerra e fé

O documentarista goiano, Marcio Venicio Nunes, conta a história da líder messiânica, Benedita Cipriano Gomes, que viveu no povoado de Lagolândia, distrito da cidade de Pirenópolis. O documentário, de 55 minutos, foi o vencedor goiano do II Programa de Fomento à Produção e Teledifusão do Documentário Brasileiro - DOCTV. O filme propõe a busca pela história, pouco conhecida, dessa líder religiosa e política, uma mulher à frente do seu tempo. Ela foi a única expressão, em Goiás, de movimento messiânico, ocorrido em várias regiões do Brasil. Foi, também, a única mulher a enfrentar publicamente e com força política o coronelismo goiano.
O diretor mostra, utilizando a linguagem do cinema direto, a polêmica e a influência que a figura dessa mulher ainda causa, após 35 anos de sua morte. A equipe foi subdividida em dois grupos para as gravações, passando por várias cidades - Jaraguá, Goianésia, Pirenópolis, Vila Propício e alguns distritos de cidades goianas. Foram utilizadas duas câmeras digitais, uma com ênfase no entrevistado e a outra, direcionada para a dinâmica dos acontecimentos em torno do momento registrado.
A história da Dica é marcada por um sincretismo religioso latente e muitas curas. Num terreiro de umbanda, em Aparecida de Goiânia, o "padrinho" de santo Willian Sérgio, nascido pelas mãos da "madrinha" Dica, construiu uma templo especial para as entidades espirituais que se manifestavam na Santa. Surpreendentemente, a equipe encontrou no terreiro um evangélico, da Assembléia de Deus, batizado há cinco anos, com uma foto de Santa Dica no bolso. Ele estava lá para reverenciá-la.
Na casa onde Dica atendia pessoas com enfermidades, funciona, atualmente, um centro para reuniões de assistência espiritual, dirigido por Divina Soares, que se auto-intitula sucessora de Santa Dica, e, também, possui dons especiais. Isso causa polêmica na cidade e entre os familiares da milagreira.
O documentário registra ainda as contradições ocorrendo dentro da própria equipe, devido à força da história de Santa Dica. O editor de imagem e consultor técnico, abandonou o projeto durante as gravações. justificando que o tema estava em desacordo com suas convicções religiosas, já que ele é evangélico.


Ficha Técnica:


Direção: Márcio Venício
Pesquisa: Gleice Meire
Produção: Perla Pinheiro
Assistente de Produção: Marcos Teles de Camargo
Assistente de Direção: Diogo Paes Leme
Direção de Fotografia: John William
Edição e finalização de imagens: Márcio Cunha
Desenhista Gráfico: Paulo Caetano
Cinegrafia: Alan Florentino e Alexandre Wendell
Tratamento de Áudio: Allan Fabrício Peixoto e Lutti Fernandes
 

segunda-feira, 7 de junho de 2010

As tranças de Maria

SINOPSE
A trama conta a história de Maria, uma moça muito jovem, de temperamento insubordinado e de grande beleza cabocla, com suas longas tranças. O pai e o patrão decidem casá-la com Izé, moço vaqueiro de fama. Na paisagem exuberante do cerrado goiano, conta-se então a história de um profundo mergulho no mistério das almas simples e na sensibilidade feminina, em um nível que só a poesia de Cora Coralina, aqui recriada cinematograficamente, poderia alcançar.

As Tranças de Maria recebeu os títulos de Melhor Montagem (Pedro Rovai), Melhor Fotografia (Cláudio Portioli), Melhor Roteiro (Miguel Borges) e Melhor Ator Coadjuvante (José Dumont) no Festival de Cinema de Natal, em 2004. Além disso, ganhou o Prêmio da Imprensa - Troféu Samburá, de Melhor Filme de Longa-metragem no Festival de Fortaleza, em 2003. 


Nota importante: O filme "As tranças de Maria" foi rodado em Pirenopolis e n Cidade de Goiás. Boa parte das gravações em Pirenópolis aconteceram na época da Festa do Divino Espírito Santo, principal festa popular do Municipio, que é quando são encenadas as tradicionais Cavalhadas de Pirenópolis. Boa parte do elenco assistiu a encenação no camarote do prefeitura da Cidade. Os atores Patrícia França e Ilya São Paulo, inclusive, foram chamados ao campo das cavalhadas para serem homenageados durante a abertura da festa.


FICHA TÉCNICA
Diretor: Pedro Rovai
Elenco: José Dumont, Patrícia França.
Roteiro: Pedro Rovai, baseado em poema de Cora Coralina
Fotografia: Cláudio Portioli
Duração: 84 min.
Ano: 2003
País: Brasil
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Tietê Produções Cinematográficas
Classificação: 12 anos